Alta e Expectativas: Wall Street celebra recordes enquanto aguarda sinais do Fed

Os mercados de Nova York viveram uma semana de recordes e entusiasmo, enquanto os investidores aguardam sinais mais claros sobre a política monetária.

A combinação de máximos históricos, dados macroeconômicos sólidos e o início da temporada de resultados no setor varejista gerou uma dinâmica de euforia cautelosa.

Desempenho dos Índices

S&P 500 atingiu um novo recorde intradiário, fechando em 6.468,54 pontos em 14 de agosto, enquanto o pico intradiário foi de 6.481,34 em 15 de agosto.
Nasdaq Composite também marcou sua máxima em 13 de agosto, encerrando em 21.713,14 pontos com pico intradiário de 21.803,75.
Dow Jones alcançou sua máxima intradiária em 15 de agosto, embora não tenha superado o recorde de fechamento.
No acumulado da semana, Dow avançou 1,7%, S&P 500 subiu 0,9%, Nasdaq ganhou 0,8% e o Russell 2000 liderou com +3,1%.

Fatores que moveram o mercado

Inflação e expectativas do Fed

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) mostrou um aumento moderado, com o dado geral em 2,7% no ano e o núcleo (excluindo alimentos e energia) em 3,1%. Isso reforçou a percepção de resiliência econômica e aumentou as expectativas de um corte de juros pelo Fed em setembro, com probabilidades estimadas em cerca de 85%.

Resultados e desempenho setorial

UnitedHealth disparou após a notícia de que a Berkshire Hathaway adquiriu quase 5 milhões de ações, impulsionando o Dow.
Amazon subiu após anunciar a expansão de seu negócio de entregas de alimentos.
Em contraste, CoreWeave caiu após reportar perdas maiores que o esperado e com o fim do período de lock-up; Applied Materials também recuou após projeções cautelosas, pressionando os semicondutores.
Setores como finanças, construção, biotecnologia e companhias aéreas se destacaram, apoiados em parte por expectativas monetárias favoráveis.

Geopolítica e cenário macro

Tensões entre EUA, Rússia e Ucrânia ressurgiram às vésperas de encontros diplomáticos, trazendo cautela e algumas vendas moderadas nos futuros.
O dólar manteve-se firme frente a outras moedas, os rendimentos dos Treasuries subiram levemente e o petróleo se recuperou, ainda que sem grandes movimentos.

Panorama Setorial

Tecnologia e semicondutores sofreram correções diante de sinais de desaceleração nas expectativas de crescimento.
Varejistas estão no centro das atenções, com relatórios importantes de Walmart, Home Depot, Target e Lowe’s previstos para os próximos dias.
Energia, finanças, biotecnologia e companhias aéreas se destacaram, refletindo uma rotação para setores defensivos e cíclicos.

O que observar a seguir

A divulgação da ata do Fed e o aguardado discurso de Jerome Powell em Jackson Hole serão decisivos para a trajetória da política monetária.
Os resultados das grandes varejistas indicarão a força do consumo, motor fundamental do ciclo atual.
Qualquer evolução geopolítica relevante — especialmente no conflito EUA-Rússia-Ucrânia — poderá influenciar a percepção de risco e os preços do petróleo.
Dados macro como vendas no varejo, emprego e inflação continuarão no radar dos mercados.

Conclusão

A semana refletiu um mercado em alta, sustentado por dados macro relativamente estáveis, resultados corporativos mistos com surpresas positivas em setores-chave e uma crescente especulação sobre possível flexibilização monetária. No entanto, a cautela permanece: o tom do Fed segue mais prudente do que expansionista. O próximo discurso em Jackson Hole e os resultados do varejo poderão definir se esta trajetória positiva se prolonga ou perde força.

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Fontes: Bloomberg, Reuters Energy, CNBC Markets, ISM Manufacturing Report